domingo, 7 de junho de 2015

Os filhos são o nosso espelho

Eu não primo pela arrumação (é um papelinho aqui, um livro com ideias giras ali, por cima o envelope que trazia não-sei-o-quê, ... e num instante há montanhas de coisas à volta do meu local de trabalho - que desde que não temos escritório é uma ponta da mesa da sala -, e também em cima da cómoda do quarto... enfim).

Apesar de perceber que o meu exemplo não é o melhor, neste campo (mas não só), custa-me ver os meus filhos a deixarem tudo desarrumado. Custa-me particularmente quando conseguem ultrapassar os meus próprios limites de desarrumação (porque eu tenho os meus limites e quando os atinjo, arrumo tudo - não dura é muito tempo!), do género de deixar cair uma caixa com aparas de lápis, por acidente, e não apanhar nem a caixa, nem as aparas, imediatamente a seguir a caírem. E quem diz "imediatamente a seguir", diz nesse dia, ou no dia seguinte ao acidente... até serem obrigad@s a arrumar/limpar aquela porcaria!

Também a forma de falar é imitada, daí que não me admire que por vezes gritem e sejam verbalmente agressivos uns para com os outros, "fervendo em pouca água". Tanto eu como o Rogério temos desses comportamentos.

Esta reflexão não corresponde a nenhum momento "Eureka"! Já sabia disto, ou não fosse eu professora e visse tantas vezes refletidas nas crianças as posturas dos pais. Também nos meus filhos já tinha tomado consciência desta realidade.

Mas ontem foi gritante: o Feitiço deu pontapés nos legos, a descarregar a frustração após ter levado uma palmada no rabo por não arrumar o caos que tinha criado na sala (com os legos, precisamente). E apesar de eu conhecer o Feitiço e saber que ele é especialista em expressar-se de forma, digamos, vistosa, sei que ele se limitou a reproduzir o que já viu fazer a um adulto. Ora, não sei se foi por serem legos e eu tanto prezar brincar com legos, não gostei mesmo nada de ver no Feitiço aquele comportamento "refletido".