Eu não primo pela arrumação (é um papelinho aqui, um livro com ideias giras ali, por cima o envelope que trazia não-sei-o-quê, ... e num instante há montanhas de coisas à volta do meu local de trabalho - que desde que não temos escritório é uma ponta da mesa da sala -, e também em cima da cómoda do quarto... enfim).
Apesar de perceber que o meu exemplo não é o melhor, neste campo (mas não só), custa-me ver os meus filhos a deixarem tudo desarrumado. Custa-me particularmente quando conseguem ultrapassar os meus próprios limites de desarrumação (porque eu tenho os meus limites e quando os atinjo, arrumo tudo - não dura é muito tempo!), do género de deixar cair uma caixa com aparas de lápis, por acidente, e não apanhar nem a caixa, nem as aparas, imediatamente a seguir a caírem. E quem diz "imediatamente a seguir", diz nesse dia, ou no dia seguinte ao acidente... até serem obrigad@s a arrumar/limpar aquela porcaria!
Também a forma de falar é imitada, daí que não me admire que por vezes gritem e sejam verbalmente agressivos uns para com os outros, "fervendo em pouca água". Tanto eu como o Rogério temos desses comportamentos.
Esta reflexão não corresponde a nenhum momento "Eureka"! Já sabia disto, ou não fosse eu professora e visse tantas vezes refletidas nas crianças as posturas dos pais. Também nos meus filhos já tinha tomado consciência desta realidade.
Mas ontem foi gritante: o Feitiço deu pontapés nos legos, a descarregar a frustração após ter levado uma palmada no rabo por não arrumar o caos que tinha criado na sala (com os legos, precisamente). E apesar de eu conhecer o Feitiço e saber que ele é especialista em expressar-se de forma, digamos, vistosa, sei que ele se limitou a reproduzir o que já viu fazer a um adulto. Ora, não sei se foi por serem legos e eu tanto prezar brincar com legos, não gostei mesmo nada de ver no Feitiço aquele comportamento "refletido".
Ao longo destes últimos anos tenho-me apercebido justamente do quanto tenho de mudar.... se quiser que as minhas filhas não sejam como eu sou agora!
ResponderEliminarMais uma luta diária... para: nós, Jesus...
Nós, Jesus,... exatamente! :-)
EliminarPor isso a vivência familiar é um caminho para a santidade: por amor uns aos outros (marido-mulher; pais-filhos; filhos-filhos) tentamos corrigirmo-nos. E é verdade que apesar de o temperamento de cada um ser um dado de nascença, o comportamento dos filhos é muito o reflexo do nosso! Vendo as coisas pelo lado positivo, o facto de já termos reparado neles coisas que não gostamos em nós é um alento para tentarmos ser melhores, ou não é? É fácil? Não. Mas com amor e com o Amor tudo se consegue... incluindo, no limite, aprender a aceitar aquilo que nós (ou o outro), por mais que tentemos, não conseguimos mudar. Bj grd, AMLL
ResponderEliminarPS - No outro dia um condutor mais afoito ocupou o lugar de estacionamento pelo qual a minha mãe tinha estado pacientemente à espera e para onde se preparava para dirigir. A minha mãe não escondeu o seu desagrado pela atitute do senhor, que com muita descontração saiu do carro e começou a caminhar como se nada tivesse acontecido. Pergunta da Clara (3 anos) no banco de trás: "Vovó, o parvalhão está a ir-se embora?" [parvalhão = nome com que eu me referi a um senhor que me deixou "trancada" 20 minutos por ter estacionado em segunda fila mesmo ao lado do meu carro umas semanas antes]
Com amor e por amor, imitando o Amor... tudo faz mais sentido!
EliminarEsse episódio da Clara não vai para o "Mi blog es tu blog!"! ;-)