quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Eu sou a Bruxa Mimi

quer dizer, não sou, mas é como se fosse, neste blogue. Não sou mais ninguém.

8 comentários:

  1. Percebi a ideia... a mim parece-me que a polémica em torno do famoso slogan se deve às seguintes interpretações possíveis:
    A) eu sou charlie = sou contra o terrorismo sou a favor da liberdade de expressão e concordo com qualquer tipo de conteúdo dessa expressão.
    B) eu não sou charlie = sou contra o terrorismo, sou a favor da liberdade de expressão, mas não concordo com determinados conteúdos.
    A polémica instala-se porque os apoiantes do "eu sou..." não percebem que existe uma diferença entre ser a favor da liberdade de expressão e não ser a favor de alguns conteúdos. Por outras palavras, e falando por mim, não acho nunca que deveria haver leis que proibissem o Charlie de ser publicado, mas acho que quando se dirige uma mensagem a outros, esta deve ser no sentido de construir pontes ao invés de acirrar ânimos. O humor e as sátiras são armas poderosíssimas que podem ser utilizadas para denunciar situações (sejam elas de que tipo forem) sem serem propriamente ofensivas - caso contrário, só estarão a contribuir para aumentar a espiral de violência no mundo. AMLL

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  2. No espaço intergaláctico somos todos Charlie. Até porque um dos desenhadores mortos era um ET de férias na Terra e nunca fez mal a uma mosca.

    Percebo a opinião dos que dizem que tem que haver limites, particularmente no que se refere a assuntos sensíveis como a religião de cada um. Percebo, mas não concordo. Porque é impossível fazer humor sobre temas difíceis sem que alguém se sinta ofendido.

    E numa sociedade livre, quem se sente ofendido tem várias opções para o mostrar: pode fazer um cartoon igualmente idiota sobre os desenhadores, pode levar a revista e os desenhadores a tribunal e provar que ultrapassaram os limites do aceitável, pode montar uma manifestação à porta da revista, pode rezar para que os desenhadores "ganhem juízo"... pode, enfim, fazer o que sempre fez a maioria dos franceses: não comprar a revista e ignorar provocações. O que, de resto, estava a funcionar lindamente para quem se opõe àquele tipo de humor, porque a revista estava à beira da falência.

    Agora o que NÃO pode é matar alguém só porque publicou uns desenhos e é irrelevante se esses desenhos são bons, maus ou assim-assim. Não há "mas" ou "se".

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    1. Claro que não há "mas" nem "se" acerca de se poder ou ter direito a matar alguém porque ofendeu aquilo que para nós é mais importante ou sagrado!

      Olha, não fazia ideia que a dita revista (pensava que era um jornal, de tal modo estou a par da coisa) estava à beira da falência! Agora que toda a gente "é Charlie" e as edições esgotaram, provavelmente vai demorar mais a desaparecer de circulação...

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    2. O mais irónico em todo este triste evento é que a revista tinha uma circulação entre 30 a 60.000 exemplares. Este número já vai numa tiragem de 5 milhões em 16 línguas e 25 países.

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    3. Também é triste pensar que quem defende matar por não se concordar com o conteúdo ofensivo não vai provavelmente "aprender" a lição...

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  3. http://news.yahoo.com/charlie-hebdo-increases-print-run-to-7-million-to-keep-up-with-international-demand-204704301.html

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- Posso fazer o meu comentário?
- Claro que sim, mas tendo cuidado com a linguagem.
Obrigada!

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