sábado, 1 de junho de 2013

Dar valor ao que se tem...

... é muito importante. Eu sei disso, e de vez em quando (menos do que deveria) faço por me lembrar e sentir-me agradecida.

Hoje, em casa da minha irmã (tenho várias irmãs, por isso "a minha irmã" não significa sempre a mesma pessoa - um pormenor que achei por bem esclarecer), pude perceber que tenho atualmente uma vida privilegiada. Muito privilegiada.

Há dois anos, no fim do ano letivo, eu estava um farrapo de gente. Se pensasse só em termos humanos, não saberia dizer onde arranjei forças para chegar até ao fim. Como acredito em Deus - e num Deus presente -, não é assim tão difícil encontrar a resposta...

Na altura, o Feitiço tinha aproximadamente um ano e meio, a Vassoura tinha pouco mais de quatro anos e meio e a Varinha, no meio dos dois, tinha três anos e pouco. Se ainda agora eles são dependentes, há dois anos eram muito mais. Para além disso, o trabalho na escola era esgotante.

Foi então que, com o acordo do Rogério, eu recorri às licenças necessárias para poder ficar em casa, retirando o Feitiço da creche (onde se dera muito bem) - tínhamos de reduzir a despesa de alguma maneira, porque as licenças em questão são não-remuneradas. A única vantagem - se a lei for cumprida - é que não se perde o lugar (colocação) que se tem. Em setembro dir-vos-ei se mantive o lugar ou não...

Este é, portanto, o segundo ano letivo consecutivo em que não estou a dar aulas. No entanto, continuo a ter a Nina duas vezes por semana (lembram-se da Nina? Falei-vos dela aqui), o que me poupa a grandes trabalhos domésticos.

A minha irmã tem três descendentes, tal como eu, um pouco mais velhos do que os meus (quase 10 anos, 7 anos e 4 anos) e é professora também (de outro nível de ensino). Está exausta principalmente por causa do trabalho na escola, mas, em relação à casa, não tem nenhuma Nina para a ajudar. Claro que o meu cunhado também colabora, mas nenhum dos dois tem muito tempo para dedicar às lides domésticas. Hoje vislumbrei mais ou menos o que seria a minha vida se estivesse a trabalhar e não tivesse uma Nina.

Por isso, repito, agradecida, que sou uma privilegiada. E sinto-me feliz por poder contribuir, um pouquinho, para aliviar a minha irmã neste fim de semana.

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